REPORTAGEM SIC – “TUDO POR UM FILHO”

No dia 5 de julho de 2017 a SIC transmitiu uma reportagem abordando o tema da infertilidade e as técnicas e possibilidades que existem hoje para a vencer. Com o nome “Tudo por um Filho”, a reportagem aborda a realidade de milhares de famílias inférteis que veem na medicina e na ciência a única forma de concretizarem o desejo e sonho de serem pais.

A reportagem apresenta casos reais diferentes uns dos outros, quer em génese quer em soluções: casais heterossexuais afetados pela infertilidade, casais lésbicos que recorrem à doação de sémen para concretizarem o sonho de ter filhos e pessoas que apelam à doação de embriões ou a uma barriga que faça a gestação do seu filho.

Neste sentido, são explicadas algumas formas de Procriação Medicamente Assistida, através das quais foram concebidas cerca de 3% das crianças nascidas em Portugal nos últimos anos. Destas, 13% são fruto da doação de gâmetas, uma das possibilidades bastante abordada ao longo da reportagem, pela urgência de aumento das doações e pela questão cultural e social a ela associada.

Em 2015, 421 crianças nasceram através da doação de gâmetas, 3 vezes mais que em 2009. Portugal tem desde 2011 um Banco Público de Gâmetas através do qual, com o apoio do Serviço Nacional de Saúde, cerca de uma centena de crianças puderam nascer, seja com recurso à doação de ovócitos, seja com recurso à doação de espermatozoides. Contudo, a grande maioria na medicina privada, uma vez que no público os processos são mais morosos, dado que a lista de espera ronda os 3 anos. Este é um dos motes para, ao longo da reportagem, se tocar na questão monetária, evidenciando a impossibilidade de todos os processos poderem ser tratados no Serviço Nacional de Saúde onde os tratamentos são gratuitos. Um testemunho afirma que para a concretização do sonho da maternidade é preciso “querer e poder”, aludindo às elevadas quantias de dinheiro necessárias para realizar os tratamentos na medicina privada.

Na reportagem são também tratados temas mais controversos, como a gestação de substituição, a doação de embriões criopreservados, o designado “Turismo Reprodutivo” e ainda a questão da identidade genética em oposição à identidade civil, um dos dualismos que põe em causa a doação anónima de gâmetas. Neste ponto, a discussão em defesa do fim do anonimato no ato da doação é assente na ideia de que é um direito consagrado da criança conhecer a sua identidade genética e hereditariedade. Contrariamente, os defensores da doação anónima alegam que o levantamento deste anonimato poderia sacrificar o número de dadores, que atualmente é de 1439 (público e privado), um número bastante pequeno face às necessidades.

Para terminar, a reportagem aflora as questões do registo de crianças sem filiação de pai, impossível de repor no caso de inseminação artificial de sémen, e do alargamento da idade nas técnicas de PMA, desmistificando o declínio da fertilidade decorrente do avançar da idade e remetendo para a particularidade e especificidade de cada mulher e de cada caso.

“Tudo por um Filho” revela-se um título que faz jus à realidade retratada pela reportagem, onde famílias, médicos e técnicos se mobilizam pela conceção de uma vida e realização de sonhos.

A APFertilidade agradece a todos os seus associados que se disponibilizaram a dar a cara nesta reportagem, por uma causa que é de muitos.

Para ver a reportagem, acede:
http://sicnoticias.sapo.pt/programas/reportagemsic/2017-07-05-Tudo-por-um-filho

Reportagem: Ana Margarida Póvoa
Imagem: Jorge Guerreiro
Edição de Imagem: Rui Rocha
Produção: Ana Marisa Silva e Diana Matias
Grafismo: Cláudia Ganhão
Colorista: Rui Branquinho
Pós-produção áudio: Octaviano Rodrigues
Coordenação: Cândida Pinto
Direção: Ricardo Costa