De que forma o stress pode estar associado à infertilidade?

Vários exemplos testemunham o impacto da ansiedade e da depressão:

- Os homens bloqueiam frequentemente quando têm de ter relações sexuais em dias e horas predeterminadas;

- A ausência de ligações afetivas fortes condiciona uma diminuição do número das relações sexuais e da qualidade do sémen;

- Quando os homens se masturbam para colher o sémen destinado ao tratamento, cerca de 1-5% bloqueiam psicologicamente e não conseguem executar a tarefa, sendo necessário usar métodos alternativos;

- Cerca de 10-15% das amostras de sémen colhidas para o tratamento apresentam piores parâmetros do que as amostras colhidas fora dos tratamentos;

- Em cerca de 10% dos casais, após estes serem bem recebidos pelo médico e quando este os descansa e inicia o estudo correto para o diagnóstico, surge uma gravidez espontânea apenas devido ao relaxamento;

- Após a transferência dos embriões para a cavidade uterina, a mulher reage psicologicamente como se fosse seguro ir engravidar e desenvolve muita ansiedade na espera da análise da implantação e na ecografia da 5-7ª semana, o que causa muito sofrimento, provoca queixas psicossomáticas e baixa a taxa de gravidez.

Por esse motivo, quando vem a menstruação ou a análise da βhCG é negativa, entram muito facilmente em depressão; ocorrem divórcios durante os tratamentos, por culpabilização intraconjugal.

Existem também distúrbios psicológicos que podem gerar disfunção sexual, com incapacidade de ter relações sexuais (ausência de ereção ou vaginismo), muitas vezes por défice afetivo real entre o casal, outras vezes por um passado traumatizante (violação).

É, por isso, essencial um acompanhamento psicológico, se assim o desejarem, para além do suporte das consultas médicas.