Proposta OE 2018 – aumento do número de ciclos de tratamento comparticipados

Atualmente o Serviço Nacional de Saúde comparticipa até três tratamentos de segunda linha por casal (como Fertilização In Vitro e Micro Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide). Tal significa que, esgotadas essas três tentativas, caso a gravidez não tenha sido alcançada a única possibilidade é o recurso ao setor privado. Tal, contudo, é incomportável para a maioria das famílias portuguesas, pois cada ciclo de tratamento tem um custo que se situa entre os 5.000€ e os 8.000€.

Um estudo divulgado em dezembro de 2015 pelo Jornal da Associação Médica Americana (JAMA) revelou que as taxas de sucesso nos ciclos de FIV aumentam até à nona tentativa, sendo que ao sexto ciclo a taxa de gravidez é de cerca de 68% (a mais alta de todas). Ou seja, quanto mais oportunidades houver para o casal, cada ciclo suportado pelo Estado torna-se mais uma oportunidade para se alcançar a gravidez. Assim, a principal mensagem a reter deste estudo é que a acumulação de ciclos de tratamento aumenta exponencialmente as taxas de sucesso valendo, por isso, a pena continuar a investir nos casais que não conseguem alcançar uma gravidez nos primeiros três ciclos.